Dezenas de profissionais ligados ao governo do primeiro-ministro do Reino Unido renunciaram aos cargos.
Aumenta pressão por saída de Boris Johnson diante de dezenas de renúncias de funcionários ligados ao governo dele Aumentou nesta quarta-feira (6) a pressão pela saída do primeiro-ministro do Reino Unido, diante das dezenas de renúncias de profissionais ligados ao governo dele.
O discurso foi nesta quarta-feira (6), no Parlamento britânico lotado: “Um ministro do governo foi acusado de abusar sexualmente de um jovem, e eu quero destacar o relato da vítima: ‘Ele agarrou meu traseiro e moveu lentamente a mão para a minha virilha.
Eu congelei’.
”.
Boris Johnson: 4 questões-chave do escândalo sexual que levou a onda de renúncias e nova crise De frente para o primeiro-ministro, o líder da oposição continuou: “Eu sei que não é fácil ouvir isso, mas é uma lembrança da seriedade da situação.
Ele sabia que o acusado já tinha cometido esse tipo de comportamento predatório e o promoveu a um posto de poder mesmo assim.
Por quê?”.
Boris Johnson tentou, mas não conseguiu se explicar.
O premiê deixou assessores negarem por dias que ele sabia das denúncias, e só admitiu a verdade na terça-feira (5), quando não dava mais para continuar negando.
Como resultado quase imediato, dois dos principais ministros de estado renunciaram por falta de confiança no chefe.
E não parou por aí.
Governo de Boris Johnson enfrenta novo escândalo sexual Pressão aumenta sobre Boris Johnson por conduta de ex-ministro Nesta quarta-feira, a caixa postal de Boris Johnson ficou lotada.
Um depois do outro, dezenas de parlamentares pediram demissão.
Entregaram cargos que tinham num governo que não consideram mais sério.
O ex-ministro da Saúde, que renunciou na terça, disse que tem algo fundamentalmente errado com a liderança de Boris Johnson, e que é hora de dar um basta.
Outro colega de partido debochou: “Vem cá, primeiro-ministro, existe alguma circunstância em que você considere renunciar?”.
Boris Johnson gaguejou, deu voltas e disse: “Em momentos difíceis, o trabalho de um primeiro-ministro é continuar.
E é isso que eu vou fazer”.
Arrancou risadas quando falou que abomina abuso de poder.
À tarde, foi sabatinado por um comitê que tem um papel importante no sistema democrático britânico.
Reúne os presidentes de todos os comitês do Parlamento.
Mais uma vez, foi fritado.
Um parlamentar perguntou se ele será primeiro-ministro na quinta-feira (7): “Claro”, respondeu.
Quando voltou para casa no fim do dia, Boris Johnson encontrou um grupo de ministros com um pedido simples: “Renuncie”.
Até agora, ele resiste.
E como é isso? Eles podem ou não obrigar o chefe a sair? O sistema político do Reino Unido prevê alguns caminhos.
O eleitor escolhe o deputado que representa a região dele.
São 650 ao todo.
O líder do partido que tem a maioria dos deputados eleitos ganha o cargo de primeiro-ministro ou primeira-ministra.
Depois de cada eleição, a rainha Elizabeth II chama o líder do partido vencedor para formalizar o resultado e permitir que ele governe em nome dela, que é a chefe de Estado.
O político vira chefe de governo, com a confiança da maioria do Parlamento.
E uma das formas de perder o cargo é perder essa confiança.
Quando um número suficiente de deputados acha que é hora de o governante sair, é convocado o chamado voto de desconfiança.
Boris Johnson passou por isso no mês passado, por causa de outro escândalo, e ganhou.
Pelas regras do Partido Conservador, uma nova votação só poderia acontecer daqui a um ano, mas é possível mudar a regra para permitir outro voto imediatamente.
Boris Johnson diz que não vai renunciar por supostas festas durante lockdown Boris Johnson e esposa são multados por festa durante lockdown da Covid-19 em Londres Boris Johnson, premiê britânico, pede desculpas ao Parlamento por festas durante lockdown Se isso acontecer e Boris perder, ele deixa o cargo, e o próximo primeiro-ministro será escolhido pelos integrantes do Partido Conservador.
Mas Boris pode não aguentar a pressão e entregar o cargo antes.
Ou, então, ele pode pedir para rainha dissolver o Parlamento, o que levaria o país inteiro às urnas e colocaria em risco a permanência do partido dele no poder, onde está há 12 anos.
É essa última opção que os colegas ministros e secretários estão tentando evitar, pedindo para ele entregar logo o cargo.
Foi o que fez, em 1990, Margareth Thatcher.
Esta quarta-feira (6), inclusive, é considerado um dos mais dramáticos no Parlamento desde aquele ano.
Mas o dia terminou sem nenhum indício de que Boris seguirá o caminho da primeira mulher a governar o Reino Unido.
Publicada por: RBSYS
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