Teste roteiros desconhecidos, leia sobre assuntos que não domina, conheça gente diferente Muito antes de entrar numa sala de aula, as crianças sabem identificar objetos e seres que as rodeiam simplesmente porque convivem com eles no dia a dia.
Costumamos, inclusive, dizer que absorvem novidades como esponjas.
O que um estudo da Ohio State University quer mostrar é que essa capacidade persiste na idade adulta: as pessoas aprendem a partir de uma exposição acidental a coisas que desconhecem, não dominam e nem sequer estavam tentando entender.
“Expor-se ao novo torna os indivíduos mais prontos, mais eficientes para aprender.
Frequentemente temos contato com coisas que nos causam uma forte impressão e nos levam a um estado de maior desenvoltura para aprender sobre elas”, afirmou Vladimir Sloutsky, professor de psicologia na universidade e coautor do trabalho, publicado no fim de maio na revista científica “Psychological Science”.
Idoso fotografa com celular: o cérebro se alimenta de experiências e, quanto mais complexas, mais estimulam conexões neurais StockSnap para Pixabay A pesquisa foi composta por cinco experimentos diferentes, com a participação de 438 pessoas.
Na primeira etapa, durante um jogo simples de computador, surgiam criaturas estranhas e coloridas, sem qualquer explicação para as aparições.
Embora os participantes não soubessem, os seres fictícios pertenciam a duas categorias: A e B, com características diferentes – por exemplo, mãos e rabos com cores distintas.
Já o grupo de controle assistia a outras imagens.
Numa segunda etapa, as pessoas entravam numa fase de aprendizado explícito, durante o qual eram informadas de que as criaturas seriam “flurps” ou “jalets”.
Em seguida, deveriam identificar a que categoria cada uma pertencia.
O objetivo era mensurar o tempo que os indivíduos demoravam para fazer essa distinção.
“Descobrimos que a curva de aprendizado era substancialmente mais rápida para aqueles que tinham visto as duas categorias de seres durante o jogo de computador.
Esses participantes estavam familiarizados com as características de cada grupo: os com rabos azuis tinham mãos marrons, enquanto os de rabo laranja tinham mãos verdes”, explicou Layla Unger, aluna de pós-doutorado da instituição.
De acordo com os pesquisadores, a simples exposição às criaturas – quando não havia qualquer compromisso com o aprendizado – foi decisiva na fase posterior.
Para o professor Sloutsky, o importante foi, através do experimento, mapear esse “conhecimento latente”.
O recado está dado: é preciso “provocar” o cérebro, que se alimenta de experiências – quanto mais complexas, mais estimulam conexões neurais.
Que tal uma lista para começar? Leia sobre assuntos que não domina, conheça gente diferente, teste roteiros desconhecidos, vá a lugares nunca antes visitados.
A disposição para experimentar alimenta nossa reserva cognitiva, uma espécie de “reservatório” que nos ajuda a preservar a capacidade mental.
Dá para fazer o paralelo com uma poupança: pessoas com esse tipo de “capital” têm perdas menores e são capazes de achar estratégias e formas alternativas de raciocínio.
Publicada por: RBSYS
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